Você já parou para pensar que quando o assunto é arte, podemos falamos de muitas maneiras, como se estivéssemos falando de pinturas, artes, artesanatos e etc... Temos também que considerar a parte inseparável de um universo que congrega todas as áreas do fazer artístico. Entre os artesãos, pintores, escultores, músicos e atores, estão os indígenas. A arte indígena pode ser encontrada em alguns museus da região. Exemplo é o Museu Antropológico Diretor Pestana (MADP) em Ijuí. E o artesanato pode ser encontrado com os próprios indígenas, em vários pontos das cidades. Para esta crônica, conversamos como a indígena kaigang Ana Adrian, como você confere seguindo a leitura.

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A arte no museu

 

No Museu Antropológico Diretor Pestana, conversamos com o museólogo Eder Oliveira e conhecemos um pouco mais sobre a arte indígena e também a história dos jesuítas. Mas você sabe quem são os jesuítas? Os jesuítas são religiosos da Igreja Católica que levaram o catolicismo para as regiões recém “descobertas”, no século XVI, com o objetivo de catequizar os índios. 

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“Bem antes de 1500 havia chegado um povo que não se sabia quem eram na verdade”, comenta Eder, referindo-se aos povos originários do país. Ele também explica que os índios que estavam aqui no Brasil não sabiam trabalhar com metais, então fabricavam utensílios em madeira; já os que se encontravam na Europa sabiam como lidar com outros materiais e então eles faziam os artesanatos em metais.

 

Ao questionar Eder sobre o que poderíamos encontrar no MADP, ele comenta que o museu possui vasto acervo sobre a cultura indígena de diversos grupos presentes no Brasil, principalmente Guaranis e Kaingangs. Eder ainda fala que podemos encontrar muitos artefatos artesanais, que foram doados por membros da comunidade, peças adquiridas diretamente das aldeias e compras feitas por intermédio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

 

No acervo, podemos encontrar algumas imagens de santos produzidos nas Missões, nas quais podem se observar traços bem marcantes, como a feição do rosto, com característica indígena. Isso pode se observar em alguns santos como no Santo Isidoro, cuja imagem é toda feita em madeira talhada. No museu também é possível encontrar mais itens de artesanato como cestaria, arcos, remos, cocares, coroa radial, entre outros materiais em madeiras.

 

O artesanato na rua

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Sabemos que cada geração ou aldeia produz o seu próprio artesanato, a partir de diferentes materiais, como taquaras, penas, entre outros . Então, para sabermos um pouco mais sobre esta produção, conversei com a indígena kaingang Ana Adrian.

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Ao conversar com Ana, percebi que as principais características do artesanato que produz  são as cores: eles são bem coloridos, quase sempre nas cores vermelho, azul, amarelo, verde e laranja. Ana mora com seu companheiro e seus três filhos, uma menina e dois meninos, em uma casinha toda feita de lonas com taquaras, perto de um riacho na cidade de Santo Ângelo.

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Ana fala sobre sua rotina e mostra alguns de seus artesanatos, que foram confeccionados por ela e seus filhos. As produções incluem casinhas de passarinhos, balaios, cestos e filtros dos sonhos. Todos esses itens confeccionados são utilizados como uma fonte de renda para a sua família. Os materiais mais utilizados são palha, madeiras, taquara, penas e fios coloridos (para a confecção dos filtros dos sonhos). Todos os produtos artesanais são vendidos por eles mesmos nas ruas, praças e rodoviária da cidade de Santo Ângelo. 

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Ao questionar Ana sobre como ela considera que os indígenas são vistos na cidade e como fazem para venderem seus artesanatos, ela responde que a maioria das pessoas não se interessa em ver o que eles estão oferecendo. O que mais vendem são os filtros dos sonhos. Então perguntei a ela sobre o filtro dos sonhos, o que significava, e Ana me respondeu que o filtro dos sonhos seria algo que lhe desse mais tranquilidade durante a noite, mas que muitas pessoas usam nos carros e não em seus quartos.